Natimorto / Stillbirth
Aos meus,
Agradou à vida separar-nos cedo e lançar-nos ao abismo. Interrupção. Caminho arisco, repleto de sombras. Culpa, vergonha, abandono e raiva. Onde vocês?
A despeito da revolta, a bem-aventurança abraça meus dias e renova o ânimo para as conquistas do mundo. Chegadas e partidas, a beleza de estar vivo. Cada um em seu lugar.
O lugar é a noite quando irmanamos no vazio que invade a casa. A saudade confunde o tempo e traz a dor da ausência. O sem fim de escuridão e nó na garganta. Os retratos aqui. Vocês. Por quê?
Nosso tempo foi um dia. Nosso tempo é todos os dias. Somos feitos da mesma liga. Suportar, ir adiante. Medo e angústia. Fugir. Sumir? Onde estamos?
Tão perto e tão longe. Tão próximos e somos como estranhos. Mas, afinal, jamais nos separamos. Pois que tanto amamos. O que podem, pois, me contar? Estou esperando. Uma pista e me dou por satisfeito.
Apesar de tudo, sou vosso.
To my dear ones,
Fate liked to separate us early and to throw us into the abyss. Interruption. Winding path full of shadows. Guilt, shame, abandonment and anger. Where are you?
Despite the revolt, blessedness embraces my days and renews my will for achievements in life. Arrivals and departures, the beauty of being alive. Each one in their own place.
The place is like at night when we embrace in the empty mess that invades the house. Nostalgia confuses time time and brings about the pain of absence. The bounlessness of darkness and a lump in the throat.Your portraits are here. You. Why?
Our time was once. Our time is every day. We are made of the same substance. To endure, to go ahead. Fear and anguish. To run away. To disappear? Where are we at?
So near and so far. So close and yet we are like strangers. But after all we have never been apart. Since we love each other so much. So, what can you tell me? I am still waiting. A clue and I ‘ll be satisfied.
After all, I am yours.